Descobri este poema aqui e encantei-me com a beleza das palavras desta poetisa que desconhecia:
da net |
escrever sobre um rosto é traçar numa tela a matéria do silêncio
como desenhar um rio inscrito na pele?
há palavras na boca que dizem a palavra, o início, há palavras que dizem pão,
há palavras no rosto há palavras há um rosto de palavras
na minha mão.
há uma fricção entre o rosto do mundo e o mundo do rosto
há a Voz de um rosto que resiste e revela por entre as mãos
há num rosto um olhar e um espelho,
um animal insubmisso, há uma substância mental
num rosto encontro um mapa de alianças, um fluxo de água
num rosto confluem poema e tempo
uma melodia de palavras em gestação
Poema de Gisela Ramos Rosa
4 comentários:
Já li alguns pomas desta autora que,segundo julgo, é filha de António Ramos Rosa.
Quantas mensagens estão inscritas num rosto? Tantas!!! E num rosto que acusa trabalho árduo,vida longa e dura, talvez uma prole numerosa para sustentar tantas mais ainda se podem ler.
Bem-hajas!
Bjinhos
Uma escolha acertada dum poema com rosto.
Abraço do Zé
Oi
Muito lindo este poema.
Um abraço
Maria
Muito bom o poema de uma poetisa que não conhecia e que vou tentar conhecer melhor.
Um abraço
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