Quem me quiser
há-de saber as conchas
a cantiga dos búzios e do mar.
Quem me quiser
há-de saber as ondas
e a verde tentação de naufragar.
Quem me quiser
há-de saber as fontes,
a laranjeira em flor, a cor do feno,
a saudade lilás que há nos poentes,
o cheiro de maçãs que há no inverno.
Quem me quiser
há-de saber a chuva
que põe colares de pérolas nos ombros
há-de saber os beijos e as uvas
há-de saber as asas e os pombos.
Quem me quiser
há-de saber os medos
que passam nos abismos infinitos
a nudez clamorosa dos meus dedos
o salmo penitente dos meus gritos.
Quem me quiser
há-de saber a espuma
em que sou turbilhão, subitamente
- Ou então não saber coisa nenhuma
e embalar-me ao peito, simplesmente.
4 comentários:
Oi Esperança
Há muito tempo que não te via por aqui.
Tudo bem?
Eu continuo na cidade de Belo Horizonte, que aliás, é muito bonita e moderna.
Encontro-me no teu bonito e informativo blogue.
Continua sempre assim.
Bjos
São
Um dos poemas mais bonitos de Rosa Lobato de Faria que, inesperadamente, nos deixou apesar de ainda ter muito para nos dar.
Bem-hajas, amiga!
Bjinhos
Maria Souza
Que bom ter notícias tuas!
Não te julgava no outro lado do Atlântico.
Tudo de bom para ti!
bjs
Esperança
Mare Liberum
Também gosto muito deste poema!
A Rosa Lobato Faria era uma pessoa encantadora que tive o grato prazer de conhecer.Era simpática e expressiva. Como eu gosto das suas letras e palavras!
bjs
Esperança
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