A Palavra é o que nos distingue do resto da criação divina. Pela palavra comunicamos.
Existem três categorias de palavras: as que se pensam, as que se dizem e as que se calam; e dentro destas existem outras variedades. As palavras são como as árvores. Ramificam-se.
Como diz o poeta, há palavras que nos beijam como se tivessem boca.... São palavras de simpatia, amizade, compreensão, carinho, paixão, amor. Precisamos delas para nos sentirmos vivos, para perspectivarmos o mundo, para nos posicionarmos na vida, para estarmos bem com os outros e connosco próprios.
Há palavras que gritam. Cada pensamento, som ou gesto é raiva e ódio. Não precisamos delas pois conflituam-nos de tal maneira que baralham a lucidez e o discernimento.
Também há as palavras inúteis, não porque a inutilidade resida na palavra, mas porque não são necessárias para os momentos. A extrema alegria ou a morte tornam-nas inúteis.
Inúteis são, também, as que tentamos dizer a alguém que cala as palavras. Quem cala palavras não gera comunicação. Produz reticências, silêncios , dúvidas.
Por fim há as palavras mal-entendidas. Podem-se pensar, dizer ou calar mas não cumprem a missão de comunicar. Partem do seu destino com uma intenção mas chegam irreconhecíveis.
São tão perigosas como incontroláveis. Perigosas porque distorcem a realidade e arruinam relações. Incontroláveis porque quando partem de nós carregam o nosso sentir, levam instruções expressas, mas confundem-se e transmutam-se, devido a factores externos.
Infelizmente, parece ser esta última variedade a que mais existe por aí. Utilizamos uma amálgama de palavras, das várias categorias e variedades e não nos damos conta da importância da escolha. Os factores externos somos nós próprios. Uma atitude impensada, um gesto deslocado e toda a palavra que de nós sai fica mirrada, seca, espalhada no deserto da incompreensão.
O que nos distingue do resto da criação divina torna-nos, às vezes, infelizes.
12 comentários:
Amiga Esperança, que belas palavras! Como dizem na minha terra, às pessoas que assim falam e escrevem: " Abençoada a hora em que nasceste!"
E eu digo: Abençoada a hora em que fizeste este blog. Sob o signo da esperança, desde a primeira hora , este é um canto de paz, de amizade, de tolerância, de solidariedade. Encontro , por vezes, alguma tristeza nas tuas palavras, alguma nostalgia mas encontro, sobretudo, uma alma boa, de uma generosidade ímpar que muito me apraz pois , nos dias que correm, não é fácil encontrar pessoas com o teu perfil.
Quanto às palavras inúteis, há que saber contê-las embora nem sempre seja fácil.
Bem-hajas, amiga!
Mil beijinhos
Isabel
Querida Amiga, as tuas palavras são palavras que pensam e dizem, são palavras com boca.
Obrigada por seres minha amiga!
Estas minhas reflexões resultam sempre de alguma nostalgia e desencanto, mas faz-me bem reflectir. E partilhar.
bjinhos grandes
Esperança
muito bem colocadas estas palavras.
Tiago R Cardoso
Obrigada.
Um abraço
Esperança
Houve um escritor que disse há muito tempo que "as palavras são pistolas carregadas".
Peciscas
É verdade, e prontas a disparar.
Uma palavra pode matar um bom nome, uma ideia, uma iniciativa.
Um abraço
Esperança
... mas sem palavras que seríamos nós... apesar do céu límpido desta tarde?
Bom fim de semana.
rendadebilros
É verdade.
Boas palavras para si e
Bom fim de semana
bjs
Esperança
Vim deixar-te um abraço. Há amigos virtuais que se tornaram indispensáveis na minha vida.Tu és uma delas.
Beijinhos
Bem-Hajas!
Isabel
Amiga, obrigada pelas tuas carinhosas palavras!
Bom fim de semana
bjinhos
Esperança
O problema é que a Palavra pode tomar diferentes direcções ...
Mas felizmente temos o poder da palavra ...!
BOM FDS!
Bjks da M&M & ª!
Miguel
Por enquanto, parece que é o único poder que temos...
Beijos à Matilde & Cª
Esperança
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