Cantiga de Maio
Trago dentro da garganta
As letras do teu nome
Quando um homem se levanta
Grita fúria em vez de fome
Só a força das palavras
Fez do medo esta verdade
Quando é teu o chão que lavras
O arado é liberdade
Meu país vontade corcel de saudade vencida
Meu povo em viagem ganhando a coragem perdida
Meu trigo meu canto meu maio de espanto doendo
Meu abril tão cedo tão tarde meu medo morrendo
Meu amor ausente meu beijo por dentro queimado
Num tempo tão lento tardamos no vento até quando
Até quando?
Trago as palavras desertas
Na canção que eu inventei
E nas duas mãos abertas
Estas veias que rasguei
Por isso o meu sangue corre
Na seiva da primavera
Sou um homem que não morre
Sou um povo que não espera
Meu país vontade corcel de saudade vencida
Meu povo em viagem ganhando a coragem perdida
Meu trigo meu canto meu maio de espanto doendo
Meu abril tão cedo tão tarde meu medo morrendo
Meu amor ausente meu beijo por dentro queimado
Num tempo tão lento tardamos no vento até quando
Até quando?
Joaquim Pessoa
4 comentários:
Até quando, Esperança? Sopram ventos que não trazem boas notícias. E nós queremos trabalho, pão, paz, educação, saúde...enfim, queremos que os ideais de Abril e de Maio se concretizem plenamente.
Lutemos! Sempre!
Bem-hajas!
Bjinhos mil
Um poema forte, marcado, à boa maneira de Ary mas, quanto a mim, sem a força explosiva, telúrica, deste.
Um abraço e bfds.
Isamar
O descontentamento cresce, mas parece-me que a apatia da rua também!
bjinhos
Esperança
Jorge
É a mesma perspectiva mas de forças diferentes, é certo.
Um abraço
Esperança
Enviar um comentário