segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Degraus

produção própria, Ria Formosa

Os Anos são Degraus  
Os anos são degraus, a Vida a escada.
Longa ou curta, só Deus pode medi-la.
E a Porta, a grande Porta desejada,
só Deus pode fechá-la,
pode abri-la.

São vários os degraus; alguns sombrios,
outros ao sol, na plena luz dos astros,
com asas de anjos, harpas celestiais.
Alguns, quilhas e mastros
nas mãos dos vendavais.

Mas tudo são degraus; tudo é fugir
à humana condição.
Degrau após degrau,
tudo é lenta ascensão.

Senhor, como é possível a descrença,
imaginar, sequer, que ao fim da Estrada,
se encontre após esta ansiedade imensa
uma porta fechada
e mais nada?

Fernanda de Castro, in "Asa do Espaço"

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Parabéns, Simone!


Simone de Oliveira faz hoje 75 anos!
Mesmo nos tempos em que nem toda a música portuguesa me caía bem, a voz da Simone tinha qualquer coisa de diferente que me fascinava.
"Na voz de Simone as palavras reencontram a vibração e o volume, o contorno a sombra, o desgarrar ou a frescura, que sempre sonha dar-lhes quem ao papel as arremessa.", disse David Mourão-Ferreira e isso traduz bem a qualidade de interpretação que deu às composições que para ela foram escritas por diversos autores. A minha favorita é "Sol de Inverno", de Nóbrega e Sousa e Jerónimo Bragança, vencedora do Festival da Canção RTP, em 1965.