sábado, 24 de julho de 2010

No tempo das cerejas...

Ela dizia que tinha nascido no mês das cerejas, por não saber exactamente quando. Mas o que ela sabia bem era cantar. Amália cantou, muito e bem. Um dia deitou-se a escrever versos. Palavras e rimas, onde o amor soava a dor e a sorte encontrava-se na morte.




Horas de Vida Perdida



Horas de vida perdida
à procura de viver
Vai-se à procura da vida
Não a encontra quem quer


Quem sou eu para dizer
Quem sou eu para o saber
Nem sei se sou ou não sou
Ninguém pode conhecer
Isso de ser ou não ser


Sem saber sei entender
Assim sei o que não sei
Sinto que sou e não sou
Entre o que sei e não sei
A minha vida gastei
Sem conseguir entender


Ai quem me dera encontrar
As rimas da poesia
Ai se eu soubesse rimar
Tantas coisas que eu dizia
Amália Rodrigues, Versos






4 comentários:

José Lopes disse...

Espero que a recordação não "roube um pouco da minha vida...", como canta a Amália.
Cumps

o escriba disse...

Guardião

Também espero que não!
Gosto de recordar como forma de manter laços, mas não para os usar...

um abraço
Esperança

Isamar disse...

Tanto talento quanta a humildade. São assim os génios e Amália não seria excepção.
Beijinhos, querida amiga e colega.

Bem-hajas!

o escriba disse...

Olá querida Amiga e colega!

Que feliz fico por te"ver" por aqui! Obrigada!

bjinhos
Esperança