domingo, 21 de junho de 2009

Avaliação


O dono de um talho foi surpreendido pela entrada de um cão dentro da loja. Ele enxotou-o mas o cão voltou logo de seguida. Novamente ele tentou espantá-lo mas reparou que o cão trazia um bilhete na boca. Ele pegou o bilhete e leu:
- Pode mandar-me 12 salsichas e uma perna de carneiro, por favor?
O cão trazia também dinheiro na boca, uma nota de 50 euros. Ele pegou no dinheiro, pôs as salsichas e a perna de carneiro num saco e colocou-o na boca do cão. O talhante ficou realmente impressionado. Como já estava na hora, decidiu fechar a loja e seguir o cão.
Este começou a descer a rua e quando chegou ao cruzamento depositou o saco no chão, pulou e carregou no botão para o sinal ficar verde. Atravessou a rua e caminhou até uma paragem de autocarro, sempre com o talhante a segui-lo. Na paragem, o cão olhou para o painel dos horários e sentou-se no banco, esperando o autocarro. Quando um autocarro chegou, o cão foi até à frente para conferir o número e voltou para o seu lugar. Outro autocarro chegou e ele tornou a olhar, viu que aquele era o número certo e entrou. O talhante, boquiaberto, seguiu o cão. Mais adiante o cão levantou-se, ficou em pé nas duas patas traseiras e carregou no botão para mandar parar o autocarro, tudo isso com as compras ainda na boca.
O talhante e o cão foram caminhando pela rua quando o cão parou à porta de uma casa e pôs as compras no passeio. Então virou-se um pouco, correu e atirou-se contra a porta. Tornou a fazer o mesmo mas ninguém respondeu. Então contornou a casa, pulou um muro baixo, foi até à janela e começou a bater com a cabeça no vidro várias vezes. Caminhou de volta para a porta e, de repente, um tipo enorme abriu a porta e começou a espancar o bicho.
O talhante correu até ao homem e impediu-o dizendo:
"Deus do céu homem, o que é que você está a fazer? O seu cão é um génio!"
O homem respondeu:
"Um génio??? Esta já é a segunda vez, esta semana, que este cão estúpido se esquece da chave!".

Moral da história ??

Podes continuar a exceder as expectativas, mas... a tua avaliação depende sempre da competência de quem avalia.
Quanto a isso... nada podes fazer!
(Recebido por e-mail)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Olá, cá estou eu...

Estava a ver que não conseguia arranjar um buraquinho e um tempinho para vir ao blog!
Isto, a ausência, quando a gente não está habituada, é difícil! Dez dias arredada desta janela, sem ver passar ninguém, sem poder, ao menos, acenar, aumentou-me o fascínio que esta grande rua me desperta. Falo em ruas, porque estou a escrever com as marchas de Lisboa por fundo e isto traz-me à memória outras festas populares e bailes de rua de quando era menina e moça! Ah! Porto, Porto, quantos martelinhos, quantos bailaricos, quantas piscadelas de olho!...
Bem retornemos a esta janela. Ia eu dizendo que esta ausência foi difícil. Quase me senti uma avestruz, que estes vinte dias foram de muito trabalho. Provas e mais provas. Testes e mais testes. Grelhas, grelhas, grelhas. Mas o pior já lá vai. Agora nesta relativa calmaria, o trabalho já retomou a sua normalidade e a rotina já se vai sentando, de novo, ao meu lado.
Ah! Já me ia esquecendo. No meio de tanta correria, papel e grelhas, ainda arranjámos tempo para mais uma tertúlia gastronómico-literária do “Clube dos Leitores sem Tempo”. Desta vez o tema foi “Poesia, aqui e agora”, antecedido por um repasto dito ligeiro que começou nos pãezinhos indianos recheados, amparados numas coxas de frango mergulhadas em cereais e acabou com umas espetadas de frutas.
Lidas as poesias do gosto de cada um e discutidas as perspectivas dos seus autores, o encontro acabou com um “cadáver-esquisito” de palavras que originou este poema:


Vi os teus olhos durante um pássaro lento que atravessou o céu e desapareceu
Atrás da nuvem branca, o vento ensaia um cinzento sorriso
Sorriso que me embala o espírito
Sorriso que me envolveu e fez caminhar olhando o horizonte sem fim, sonhando e
Vivendo se ama e se morre
Morre, ó vil vontade de desistir, e persiste, vontade de vida plana foi esta tertúlia, que me encheu a alma como há
Muito dei de mim, muito procurei em ti, mas tudo deixei para vós que aqui viestes
Esquecei a dor, a angústia, a solidão mas vive sempre, sorri e lembra-te de mim, hoje
Sem ti nada sou. Hoje faltaste-me. Amanhã é incerto e os pássaros
Continuarão os sentimentos, mas não em vão…