sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Descobrindo ...Mario Quintana


ESPERANÇA

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Um recente amigo fez-me chegar às mãos estas letras de um poeta que eu não conhecia.
Então fui descobri-lo.


Mário Quintana (Alegrete, 30 de julho de 1906 — Porto Alegre, 5 de maio de 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.
Em 1940 lançou o seu primeiro livro de poesias, A Rua dos Cataventos, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil, que se prolongaria por mais de cinquenta anos.
Foi por diversas vezes galardoado com prémios literários.
Traduziu, também, mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em busca do tempo perdido de Marcel Proust, Mrs. Dalloway de Virginia Woolf, e Palavras e sangue, de Giovanni Papini.

Considerado o poeta das coisas simples e com um estilo marcado pela ironia, profundidade e perfeição técnica, é assim que ele descreve a sua poesia:
Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. Talvez concorra para esse meu cuidado o fato de ter sido prático de farmácia durante cinco anos. Note-se que é o mesmo caso de Carlos Drummond de Andrade, de Alberto de Oliveira, de Érico Verissimo - que bem sabem (ou souberam) o que é a luta amorosa com as palavras.
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Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras
seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas
do lado de fora do papel...
Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento
da Poesia...
como
uma pobre lanterna que incendiou!
Fonte: wikipedia; projeto releituras

18 comentários:

Mare Liberum disse...

Gostei tanto, Esperança! Os teus posts são soberbos.
Excelente blog. Tens um premiozinho de ouro no meu blogue. Leva-o! É teu com muito gosto.

Mil beijinhos

Bem-hajas!

Tiago R Cardoso disse...

Desconheci mas gostei e aprecie a divulgação.

FERNANDINHA & POEMAS disse...

QUERIDA AMIGA, MARAVILHOSA POSTAGEM... ADOREI OS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS... VOTOS DE BOM FIM DE SEMANA... UM ABRAÇO DE CARINHO,
FERNANDINHA

o escriba disse...

Cata-Vento

Obrigada pela brisa de simpatia e carinho que as tuas pás agitam nestes dias frios de Janeiro.
Vou já buscar a prendinha!

bjinhos
Esperança

o escriba disse...

Tiago R Cardoso

É bom quando aprendemos coisas e partilhar s descobertas ainda é melhor.

Um abraço
Esperança

o escriba disse...

Fernandinha

Também gostei muito das palavras de Mario Quintana. Ainda estou em fase de descoberta e espero partilhar mais coisas dele.

Bom fim de semana
bjs
Esperança

Jorge P. Guedes disse...

Pois, Esperança, o Mário Quintana tem uma poesia muito simples e terna. Gosto muito. É quase naïv, por vezes.

Que esteja melhor de saúde é o meu desejo.

Um abraço e bom fim-de-semana.

o escriba disse...

Jorge

Também é a minha opinião. As palavras de Quintana são simples, como simples devem ser as grandes coisas da vida.

Parece que já estou a ficar melhor. Obrigada.

Bom fim de semana
Esperança

lagartinha disse...

Por acaso, Mário Quintana, é daqueles que costumo ler tudo o que aparece...com dizer? Gosto, é simples, fácil de entender...
Espero que a gripe seja passado...
Grandes beijocas verdes

Papoila disse...

Que maravilha de post.
Um bom fim de semana.
Beijos

o escriba disse...

Ana Lagartinha

Parece que a gripe já lá vai. Obrigada.
Ah! Então a menina já conhecia o Mario Quintana. Eu estou a descobri-lo e é realmente a simplicidade das palavras que mais me cativa.

Bom fim de semana
bjinhos
Esperança

o escriba disse...

Papoila

Obrigada e um bom fim de semana
bjs
Esperança

lagartinha disse...

Vim deixar beijinhos e desejar uma vez mais as melhoras da gripe.

o escriba disse...

Ana Lagartinha

Parece que o pior já lá vai.
Obrigada.

bjinhos
Esperança

José Lopes disse...

Não conhecia nem vagamente, pelo que foi uma agradável surpresa.
Cumps

o escriba disse...

Guardião

Ir à descoberta de Mario Quintana tem sido agradável. A sua escrita é simples e reflecte as observações e perspectivas do quotidiano. Também estou a gostar.

Um abraço
Esperança

Mare Liberum disse...

Deixei-te um selo no meu blog. Vai buscá-lo. É teu com muito gosto e carinho.

Bem-hajas!

Bjinhos

lagartinha disse...

Beijinhos, à pressa, que ando muito entusiasmada com bonecos a mexer...fico sem tempo para nada!
Beijinhos, beijinhos