domingo, 25 de janeiro de 2009

E continua António Gedeão

Gota de Água

Eu, quando choro,
não choro eu.
Chora aquilo que nos homens
em todo o tempo sofreu.
As lágrimas são as minhas
mas o choro não é meu.




Amostra sem valor

Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.

Eu sei que as dimensões impiedosos da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.

A foto, captei-a ao fim da tarde. Tem pouca qualidade porque utilizei o telemóvel.

8 comentários:

Mare Liberum disse...

Tenho de repetir-me, amiga. Mais um post excelente! Ontem estive a ler Gedeâo. Tão verdadeiro!

"Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível."

Bjinhos mil amiga

Boa semana!

FERNANDA-ASTROFLAX disse...

QUERIDA AMIGA, MARAVILHOSO TEXTO/POÉTICO... ADOREI LER... EXCELENTE POSTAGEM E A FOTO ESTÁ LINDA... UM ABRAÇO DE CARINHO,
FERNANDINHA

o escriba disse...

Cata-Vento

Ainda bem que gostaste!

bjinhos
Esperança

o escriba disse...

Fernandinha

A minha foto foi um momento bem conseguido!

bjs
Esperança

Emanuel Azevedo disse...

Lindas palavras...

Muitos parabéns pelo teu lindo blog.

Parabéns um abraço de Angra do Heroísmo.

Kaotica disse...

Prémio muito merecido no Pafúncio:

http://opafuncio.blogspot.com/2009/01/prmio-dardos.html

o escriba disse...

Emanuel Azevedo

Muito obrigada pela visita e pelas simpáticas palavras.
Volte sempre.

Um abraço
Esperança

o escriba disse...

Obrigada Kaotica pela distinção!
Como não tenho tantos blogs assim para atribuir o prémio, vou partilhá-lo com os que tenho...

Muitíssimo obrigada
Esperança