quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Recordando...

Sophia de Mello Breyner Andresen
nasceu há 89 anos.
Que nenhuma estrela queime o teu perfil
Que nenhum deus se lembre do teu nome
Que nem o vento passe onde tu passas.
Para ti criarei um dia puro
Livre como o vento e repetido
Como o florir das ondas ordenadas.

Data

Tempo de solidão e de incerteza

Tempo de medo e tempo de traição

Tempo de injustiça e de vileza

Tempo de negação

Tempo de covardia e tempo de ira

Tempo de mascarada e de mentira

Tempo de escravidão

Tempo dos coniventes sem cadastro

Tempo de silêncio e de mordaça

Tempo onde o sangue não tem rasto

Tempo da ameaça

Poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen

19 comentários:

Isamar disse...

Para mim, é a maior de entre as maiores poetisas portuguesas. Que me perdoem as outras mas é nela que me refugio vezes sem conta e é nela que encontro a paz que necessito. Será por tanto ter cantado o mar? Será porque gosto tanto do mar como ela sempre gostou?
Uma mulher íntegra,mãe e esposa exemplar, uma democrata, uma mulher da cultura.
Quanto ao poema, amiga,tão actual, só posso dizer-te que me ofereceste uma prendinha excelente neste dia. Bem-hajas!
Este blog faz parte dos mundos que amenizam os males do meu actual quotidiano.

Beijinhos

Isamar disse...

A obra ‘Poemas de Caravaggio’, de Amadeu Baptista, venceu a primeira edição do Prémio de Poesia João Lúcio, promovido pela Câmara Municipal de Olhão. Não tiveste conhecimento? Foi criado na sequência das comemorações dos duzentos anos da Vila de Olhão, da Restauração.

Beijinhos

Tiago R Cardoso disse...

gostei da lembrança, muito bem.

Uma boa escolha de alguém que não conheço muito bem a obra, vamos ver se consigo ir a esses caminhos.

joshua disse...

Tempo de usura e desrespeito, de traição e espezinhamento democrático.

Elvira Carvalho disse...

E hoje dia 7 de Novembro, comemora-se o aniversário de nascimento de outro grande vulto da poesia, de expressão portuguesa, e de quem eu também gosto muito. Cecília Meirelles.
Um abraço e bom fim de semana

o escriba disse...

Isabel

Querida Amiga, sabia que te ia agradar esta memória pois sei o quanto aprecias a grande Sophia. Eu também!As suas palavras são um "analgésico" para as nossas dores de alma.

bjinhos
Esperança

o escriba disse...

Isabel

Querida Amiga, sabia que te ia agradar esta memória pois sei o quanto aprecias a grande Sophia. Eu também!As suas palavras são um "analgésico" para as nossas dores de alma.

bjinhos
Esperança

o escriba disse...

Isabel

Desculpa a repetição do comentário.
Quanto ao prémio a "brilhante" autarquia publicitou-o de tal que pouca gente aqui teve dele conhecimento e muito menos do vencedor! É o que temos aqui em Olhão: pouca cultura e muito pouca divulgação! Só para alguns iluminados...

bjinhos
Esperança

o escriba disse...

Tiago R Cardoso

As palavras de Sophia são únicas na sua maneira de ver o Outro, o Amor, a Liberdade, o Mar e os conflitos do Ser. descubra-a e verá!

Um abraço
Esperança

o escriba disse...

Joshua

Muito actuais estas palavras de Sophia.


Um abraço
Esperança

o escriba disse...

Elvira

Também gosto muito de Cecília Meireles. Outro tipo de escrita mas muito apelativa.

bjinhos
Esperança

lagartinha disse...

"O poema me levará no tempo
Quando eu já não for eu
E passarei sozinha
Entre as mãos de quem lê

O poema alguém o dirá
Às searas

Sua passagem se confundirá
Com o rumor do mar com o passar do vento

O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento

No ar claro nas tardes transparentes
Suas sílabas redondas

(Ó antigas ó longas
Eternas tardes lisas)

Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas

E entre quatro paredes densas
De funda e devorada solidão
Alguém seu próprio ser confundirá
Com o poema no tempo "

Lembrei-me deste, que é o único que tenho cá em casa...

Beijinhos verduscos

o escriba disse...

Ana Lagartinha

Comoveu-me com o seu comentário!
Por si só ele vale um tratado inteiro! Lindo, lindo.

Obrigada, menina, pelo contributo cheio de qualidade que deu.
Bem Haja!

bjinhos
Esperança

Isamar disse...

Obrigada pelas palavras amigas, Esperança. Aqui, sinto-me em casa.

Bem-hajas!

p.s. Este poema da Lagartinha foi feito por quem?

Bjinhos

o escriba disse...

Isabel

Querida Amiga, este poema que a Ana Lagartinha pôs é da Sophia, do "Livro Sexto" de 1962, editado pela Caminho em 2003.

bjinhos
Esperança

lagartinha disse...

Esperança
Passei para deixar um beijinho, mas também para deixar um pedido; Vamos fazer regressar ao nosso convívio a Anamarta?
Bjs

Jorge P. Guedes disse...

Uma das maiores escritoras portuguesas de sempre, para muitos.
Para mim, a melhor de todas!

Um abraço, Esperança amiga.

o escriba disse...

Ana Lagartinha

Pois se tem alguma coisa em mente quanto à anamarta, diga que eu alinho!


bjinhos
Esperança

o escriba disse...

Jorge

Também para mim ela é a maior!

Um abraço
Esperança