quarta-feira, 9 de julho de 2008

Esperanto

Adicio de Literoj

(Soma de Letras)

Desde tempos recuados que o Homem procura criar um modo de se expressar, utilizado e compreendido por todos. Fosse para dar corpo a comunicações sobrenaturais (linguagem dos anjos ou enoquiana), ao arranjo hierárquico do pensamento humano ou tão só incentivar a aproximação dos povos , pessoas houve que se dedicaram a criar sistemas de comunicação oral e escrita, simples ou simplificados, partindo dos seus próprios conceits delinguagem e cultura. Nasceram, assim, as chamadas línguas artificiais ou auxiliares. Questões de gramática e de linguística têm sido levantadas e discutidas, mas o que é certo é que, com mais ou menos relevância do número de comunidades falantes, as línguas auxiliares têm vindo a expandir-se, originando curiosamente, na minha opinião, um efeito um pouco contrário ao objectivo inicial: unir todos através da língua.
De entre mais de uma trintena, a que maior expressão tem é o Esperanto.
O seu criador foi Ludovic Lazarus Zamenhof, nascido na Polónia em 1859. Oftalmologista de profissão, era um filólogo reputado, falante de várias línguas naturais e de volapuque (Volapük), língua artificial criada em 1880 por Johann Martin Schleyer, um padre católico alemão.
A intenção de construir uma língua de muito fácil aprendizagem, que servisse como língua franca internacional, para toda a população mundial (e não, como muitos supõem, para substituir todas as línguas existentes), foi concretizada no lançamento do primeiro livro sobre Esperanto, em 26 de Julho de 1887. Escrito em russo, continha as 16 regras gramaticais, a pronúncia, alguns exercícios e um pequeno vocabulário. Intitulava-se Unua Libro, e foi posteriormente publicado em alemão, polaco e francês.
Em linhas gerais, o Esperanto tem como base as línguas românicas e germânicas para o vocabulário e as línguas eslavas para a fonologia. As suas regras fundamentais estabelecem critérios de expansão lógicos e naturais, de modo que a língua se enriquece continuamente, quer através dos usos que se faz dela, quer agregando conteúdos novos, que não existiam na sua fase arcaica (inicial).
O esperanto é utilizado em viagens ( através do Pasporta Servo, rede internacional de hospedagem solidária), correspondência, intercâmbio cultural, convenções, literatura, ensino de línguas, televisão, transmissões de rádio e internet.
Acusado por alguns de não ter uma cultura própria, o Esperanto, com 120 anos de história, formou uma cultura própria. Os Esperantistas falam em esperanto e sobre esperanto, usam termos, gírias, sarcasmos e uma série de expressões idiomáticas próprias. Para além disso apresenta um fundo considerável de músicas e obras literárias originais na língua ( William Auld, por exemplo, já foi indicado para o Prémio Nobel de Literatura pelas suas obras originais em esperanto), uma comunidade de falantes que têm o esperanto como língua materna e uma língua usada em todos os continentes. Mas o essencial da sua cultura é a tolerância e o respeito pelos costumes e crenças dos vários povos.



Frases Célebres

Armeo da cervoj komandata de leono estas pli timinda ol armeo da leonoj komandata de cervo.
Um exército de cervos comandado por um leão é muito mais temível do que um exército de leões comandado por um cervo. (Plutarco)


Ekzistas tiuj, kiuj pasas tra la arbareto kaj nur vidas brullignon por fajraĵo.
Há quem passe pelo bosque e só veja lenha para a fogueira. (Tolstoi)


Estas grandaj homoj kiuj igas ĉiujn sin senti etaj. Sed la vera granda homo estas tiu, kiu igas ĉiujn sin senti grandaj.
Há grandes homens que fazem com que todos se sintam pequenos. Mas o verdadeiro grande homem é aquele que faz com que todos se sintam grandes. (Chesterton)


La veran vojaĝon oni faras en la memoro.
A verdadeira viagem se faz na memória. (Marcel Proust)


Ne rapidu! Kiu pli kuras, pli stumblas.
Devagar! Quem mais corre, mais tropeça. (Shakespeare)

Poema de Carlos Drumond de Andrade

Jozefo

Kaj nune, Jozef’?
La festo finiĝis,
la lum’ estingiĝis,
popol’ malaperis,
vespero frostiĝis,
kaj nune, Jozef’?
kaj nun, Joakim’?
kaj nune, Rajmundo?
kaj nune, vi mem?
Vi mem, sennomulo,
vi mem, mokemulo,
vi, versofaranto,
amanto, plendanto?
kaj nune, Jozef’?

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Joaquim?
e agora Raimundo?
e agora, você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta,
e agora José?

Fontes: Wikipédia

sites em e sobre esperanto

4 comentários:

Isamar disse...

"Mas o essencial da sua cultura é a tolerância e o respeito pelos costumes e crenças dos vários povos."

Que o essencial não se perca. É/ foi a tolerância, o respeito e a simpatia que aqui sempre senti. Escriba/ Esperança/ Colega continua na blogosfera a adicionar amizades e que nunca sintamos a subtracção da tua presença. És GRANDE! Um post excelente que termina com um poema do meu querido Drummond de Andrade que, com frequência, me comove e a lagrimita salta.
Mil beijinhos, colega!

Bem hajas!

o escriba disse...

Isabel

Querida Amiga, as tuas palavras enchem-me de alegria. Lamento não ter postado o poema todo do Drumond de Andrade, mas era um pouco grande e depois o post ficava muito longo. Na próxima vez não irei ficar pela metade.
Sabes, aprendi esperanto há mais de vinte anos, não tenho grande fluência pois pelo meio ficaram anos vazios, mas agora com a internet estou a voltar a reaprender.

bjinhos
Esperança

Jorge P. Guedes disse...

UM abraço, só.

Amanhã volto cá para ler e comentar como merece este postal.

Jorge P. Guedes disse...

UM abraço, só.

Amanhã volto cá para ler e comentar como merece este postal.